e Sobral de Monte Agraço
Todos contam na batalha <br/>das presidenciais
A actualidade política, as eleições presidenciais e o crescimento da campanha de Edgar Silva centraram a intervenção do Secretário-geral do PCP, no dia 5, no distrito de Beja. O mesmo se passou, no dia anterior, num jantar-comício em Sobral de Monte Agraço.
Vale a pena dar força à candidatura de Edgar Silva
O encontro do Secretário-geral do PCP com militantes e simpatizantes na sede do Grupo Coral «Os Papa Borregos», em Alvito, foi também um convívio muito estreito com o cante alentejano, que acabou por sair das vozes dos presentes. Seguiu-se um jantar-comício na Casa do Povo de Cabeça Gorda, no concelho de Beja, com a participação de cerca de 200 pessoas.
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa lembrou que, apesar de a direita ter sido derrotada a 4 de Outubro, todos se preparavam para manter tudo na mesma; contudo, o PCP avançou com a necessidade de retirar as ilações dos resultados eleitorais, sublinhando que o PS só não formaria governo se não quisesse. O Secretário-geral sublinhou ainda que o PCP só se compromete com a defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, e nada mais.
A propósito das eleições presidenciais, afirmou que a direita quer vingar a derrota sofrida nas legislativas e que Edgar Silva trava um combate como candidato pela justiça social e pelo respeito da Constituição da República. Referiu ainda que o PCP tem o seu candidato e que os outros partidos também, mesmo querendo fazer parecer que não têm. A este propósito recordou uma entrevista em que Marcelo Rebelo de Sousa disse sobre si próprio que, «mesmo quando não parece, está sempre a defender o PSD».
Concluiu afirmando que os portugueses que não se devem dispensar de votar, pois não são as sondagens nem os comentários que ganham as eleições.
Pelos valores de Abril
No jantar-comício realizado dia 4 em Sobral de Monte Agraço, Jerónimo de Sousa afirmou que nos encontramos num quadro político profundamente alterado, resultante das eleições legislativas de 4 de Outubro, e destacou a importância da luta dos trabalhadores e do povo português para a derrota do governo PSD/CDS.
É neste quadro que se insere a batalha das eleições presidenciais, em que «a direita política e os grandes interesses vão fazer tudo para ganhar o que perderam nas eleições para a AR», disse.
Ao avançar com a candidatura de Edgar Silva – explicou –, o PCP pretende «recolocar na Presidência da República os valores de Abril, garantir que a Constituição da República seja cumprida, assegurar uma intervenção que afirme a soberania e a independência nacionais, contribuir para um novo rumo para o País, assente na valorização dos trabalhadores, na melhoria das condições de vida do povo, no desenvolvimento económico e progresso social».
A este propósito, Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP tem o seu candidato e que o PSD e o CDS também têm o seu. A ligação partidária de cada um não é motivo de «crítica ou diminuição de qualquer candidatura», considerou. O que já não é aceitável é procurar iludir e esconder a vinculação de Marcelo Rebelo de Sousa ao PSD: «Já foi presidente do partido, foi conselheiro indicado por Cavaco Silva, foi deputado, foi autarca, sempre do PSD», disse.
Jerónimo de Sousa criticou o papel da comunicação social dominante, que «lá está para fazer o seu trabalho, dando já por adquirida a vitória à primeira volta de Marcelo Rebelo de Sousa», procurando instalar a resignação. Face a este panorama, sublinhou que «o voto em Edgar Silva contará sempre, inclusive para a possibilidade de uma segunda volta». Num tempo em que «se abrem possibilidades, num ano novo com mais esperança em que os trabalhadores e o povo possam viver melhor, a batalha das presidenciais também comporta essa esperança, esses anseios, não deixando que o PSD e CDS nos façam andar para trás», disse, antes de fazer um apelo à mobilização de todos nesta batalha: «porque dar força à candidatura de Edgar Silva vale a pena pelos objectivos que propõe e porque cada voto a mais em Edgar Silva é um voto a menos na direita».